1 – Você está pensando em aderir à greve. Mas vai até a
empresa de iniciativa privada onde trabalha para dar uma espiada e ver quem
está por lá. Alguns colegas seus bateram o ponto e estão em seus postos. Você
lembra da fila do Sine e resolve bater seu ponto também. Quem se arriscaria? Se
a empresa toda não parar por um motivo legitimado o empregador pode tomar a
providência que quiser (estou errada?)!
2 –Nos anos 90 teve uma greve de ônibus tenebrosa na minha
cidade, onde tinha até motorista e cobrador deitados na frente do portão
impedindo os colegas de saírem com os carros, montaram até uma rádio interna na
empresa. Durante este período até caminhoneiros com carros para carga animal
lucraram cobrando o mesmo valor da passagem para levar os trabalhadores até seu
local de trabalho... nas mesmas caçambas utilizadas por vacas e cavalos (não ao
mesmo tempo).
3 – Estamos diante de mais uma tentativa de Greve Geral, envolvendo
o transporte coletivo municipal e intermunicipal; e pelo o que um colega me
informou, houve um baita crescente de cadastramento de Ubers nos últimos dias.
Preciso dizer mais alguma coisa?
4 – As empresas se prestam a ressarcir os colaboradores
quando precisam usar táxis, lotações, ônibus alternativos e estas coisas quando
os rodoviários param.
5 – A palavra Corrupção parece ter virado, para uma grande
parte da população, um substantivo para descrever qualquer insatisfação (Imagina
que lindo: você chega em casa, dá de cara com sua esposa, no sofá com o amante.
Grita “Que corrupção é esta”? E joga o sofá fora.). Toda esta confusão, é
claro, iniciada lá por aquela preguiça de procurar palavras no dicionário nas
séries inicias da escola. Um adendo: “Vou deixar meu carro aqui na vaga dos
idosos mesmo, pois o protesto é muito importante e não tem onde estacionar
perto. A corrupção não pode continuar e não vou deixar barato”.
6 – Você já leu a trilogia 1808, 1822 e 1889? Leia e
voltamos a conversar. Não vou escrever o sexto motivo sem termos embasamento
para lê-lo. Mas envolve fazer com que uma pessoa acredite piamente que uma
decisão é legitimamente sua. Se você era adulto em 1992 (o que confesso que não
era, mas sempre fui uma criança muito observadora) também vai entender a deixa.
7 – Estamos no Brasil, lembram?
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