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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cadê tua coragem, ô cabra macho?

Com certeza, um dos governos dos Estados Unidos que mais deu o que falar foi o de Bush. O filho, vale lembrar. Atirava para todos os lados, parecia não se importar com a opinião pública, e chargistas o comparavam com nossos inteligentíssimos familiares primatas chimpanzés (ofensivamente para os chimpanzés).

Sabemos que a história dos governos norte americanos não é lá um dos motivos de orgulhos para aquela nação, principalmente se formos analisar o lado humano das relações. Nenhum país mandou tantos jovens para linhas de frente em guerra que não eram suas, muito menos arrancou dinheiro em forma de juros de empréstimo de tantos países menos favorecidos... e com certeza, qualquer outro país, se doasse alimentos para a Etiópia e a Somália, faria questão de enviar pessoas descerem de aviões e entregá-los pessoalmente, para não danificar as caixas jogando-os de aviões, impossibilitando assim seu consumo digno. Não parecia possível que houvesse coisas piores do que estes dados, ou manchas em vestidos de secretárias, mas um fato estarrecedor sacudiu os debates sobre uma das piores preocupações mundiais: a terra de Tio Sam é responsável por 25% da emissão de gases poluentes em nosso planeta. Claro, também não se pode culpar o pobre chim... digo, ex-presidente Bush por tudo, mas que ele poderia ter tido uma reação muito mais honrosa em relação a este dado, ah, poderia.
E foi dada uma chance, uma chance gigantesca, diga-se de passagem. Em 1997 foi criado o Protocolo de Quioto, mais tarde transformado em Tratado, que fazia acordos sobre a diminuição de emissão de gás carbônico em países mais desenvolvidos e industrializados, como é o caso dos Estados Unidos. O presidente, que na época era Bill Clinton foi convidado a assiná-lo, e assim o fez; mas para nossa grande surpresa, seu sucessor, Bush não ratificou, ou seja, não oficializou nas leis do governo dos Estados Unidos os tais acordos. E isso, honestamente, é muito pior que não ter assinado. O argumento era a posição do Tratado em relação aos países em desenvolvimento, já que não exigia uma posição tão oficial. Um site chamado SOS Clima Terra publicava na época:

“a administração Bush é claramente controlada por interesses específicos e velados - multinacionais trilionárias que patrocinam o partido Republicano e que dispõem de imenso poder no regime político dos EUA – agora num grau jamais antes visto. Destas multinacionais fazem parte muitas corporações da indústria petrolífera, que tem ligações especialmente fortes e íntimas com a administração atual. Esses que controlam a indústria petrolífera temem que seus lucros sejam diminuídos se forem forçados a reduzir as emissões de CO2 (criado na queima de combustíveis como o óleo, carvão e gás) que causam o efeito estufa. Eles se manifestaram duramente para conseguir que Bush descartasse o Tratado de Kyoto e tem ditado as políticas de energia atuais do mesmo. A maior responsável, entre estas multinacionais, é a maior companhia de petróleo do mundo, a Exxon/Mobil ("Esso" no Brasil) e muitas organizações ambientais, como Friends of the Earth (Amigos da Terra) e Greenpeace, estão pedindo um boicote desta companhia já que a mesma coordena a sabotagem do processo de controlar a Mudança Climática. Estas organizações lançaram a campanha 'Stop Esso'( Pare a Esso ).”¹

Ameaças a parte, devemos lembrar sempre que a educação que as mães nos dão é uma das pouquíssimas coisas que alguém pode nos tirar. E mesmo sem saber como funciona “lá fora”, sabemos que as mães brasileiras, principalmente as nordestinas ensinam os filhos a honrarem a palavra que dão, mesmo que não tenha sido eles mesmos que tenham dado, mas um dos seus. Como dizem o importante é “honrar o fio do bigode, ou então (gesto de corte na virilha)... no carcará”.
Falta de coragem ou de honra é coisa muita séria, ainda mais quando se trata da sobrevivência de quase 7 milhões de pessoas. O fato é que se a mãe de Bush fosse nordestina, além de o rapaz entender muito mais coisas desta dura vida que o ser humano leva; com certeza no dia em que o “dianho atentado” resolveu fazer esta desfeita, ela teria puxado ele pelas orelhas (espaçosamente) e gritado “pesti, disgraça da minha miséria... cadê tua coragi, ô cabra macho?”, e talvez o problema seria resolvido, pois como todos nós sabemos, mãe é coisa sagrada.
E por falar em mãe... alguém aí sabe dizer onde nasceu a do Obama?



1- Política Climática e o EUA, em http://www.sosclimaterra.org/eua.html, acessado em 17 de junho de 2010, às 17h40.


Desenvolvido para as aulas de Jornalismo Ambiental
CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA DO SUL - IPA
Caroline Garcia Cruz, turma JON531
Professora Msc Lisete Ghiggi

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