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quinta-feira, 27 de abril de 2017

7 motivos para uma greve geral não dar certo no Brasil

1 – Você está pensando em aderir à greve. Mas vai até a empresa de iniciativa privada onde trabalha para dar uma espiada e ver quem está por lá. Alguns colegas seus bateram o ponto e estão em seus postos. Você lembra da fila do Sine e resolve bater seu ponto também. Quem se arriscaria? Se a empresa toda não parar por um motivo legitimado o empregador pode tomar a providência que quiser (estou errada?)!

2 –Nos anos 90 teve uma greve de ônibus tenebrosa na minha cidade, onde tinha até motorista e cobrador deitados na frente do portão impedindo os colegas de saírem com os carros, montaram até uma rádio interna na empresa. Durante este período até caminhoneiros com carros para carga animal lucraram cobrando o mesmo valor da passagem para levar os trabalhadores até seu local de trabalho... nas mesmas caçambas utilizadas por vacas e cavalos (não ao mesmo tempo).

3 – Estamos diante de mais uma tentativa de Greve Geral, envolvendo o transporte coletivo municipal e intermunicipal; e pelo o que um colega me informou, houve um baita crescente de cadastramento de Ubers nos últimos dias. Preciso dizer mais alguma coisa?

4 – As empresas se prestam a ressarcir os colaboradores quando precisam usar táxis, lotações, ônibus alternativos e estas coisas quando os rodoviários param.

5 – A palavra Corrupção parece ter virado, para uma grande parte da população, um substantivo para descrever qualquer insatisfação (Imagina que lindo: você chega em casa, dá de cara com sua esposa, no sofá com o amante. Grita “Que corrupção é esta”? E joga o sofá fora.). Toda esta confusão, é claro, iniciada lá por aquela preguiça de procurar palavras no dicionário nas séries inicias da escola. Um adendo: “Vou deixar meu carro aqui na vaga dos idosos mesmo, pois o protesto é muito importante e não tem onde estacionar perto. A corrupção não pode continuar e não vou deixar barato”.

6 – Você já leu a trilogia 1808, 1822 e 1889? Leia e voltamos a conversar. Não vou escrever o sexto motivo sem termos embasamento para lê-lo. Mas envolve fazer com que uma pessoa acredite piamente que uma decisão é legitimamente sua. Se você era adulto em 1992 (o que confesso que não era, mas sempre fui uma criança muito observadora) também vai entender a deixa.


7 – Estamos no Brasil, lembram?