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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Vaticano elogia Homer Simpson?


‘L’Osservatore Romano’ propõe uma ‘teologia simpsoniana’.
Artigo fala sobre a abordagem da fé no desenho norte-americano.

Para colocar nas palavras do devoto Ned Flanders, o jornal do Vaticano acha que “Os Simpsons” são uma turma bem supimpa.
O “L’Osservatore Romano” desta terça-feira (22) parabenizou o programa pelo seu 20º aniversário, elogiando os questionamentos filosóficos do desenho e a sua visão irreverente da religião.
Sem Homer Simpson e os outros personagens de pele amarelada, “muitos hoje não saberiam rir”, diz o artigo, chamado “As virtudes de Aristóteles e o donut de Homer”.
O texto lembra que “Os Simpsons” – a animação há mais tempo no ar na TV norte-americana – abriram espaço para desenhos voltados a uma audiência adulta.
O programa é baseado em “textos inteligente e realistas”, continua o artigo, dizendo ainda que ele pode ser criticado pela “linguagem excessivamente rude, pela violência de certos episódios e por algumas escolhas radicais por parte dos roteiristas”.

TeologiaA religião, dos sermões soporíferos do Reverendo Lovejoy às conversas cara-a-cara de Homer com Deus, aparece com tanta frequência no desenho que seria possível criar uma “teologia simpsoniana”, segundo o texto.
A confusão religiosa de Homer seria “um espelho da indiferença e das necessidades que o homem moderno sente em relação à fé”, complementa o artigo.
O texto comenta também vários episódios do programa relacionados à religião, incluindo um em que Homer pede por intervenção divina gritando que “eu não sou normalmente um homem religioso, mas se você estiver aí em cima, me salve, Superman!”.
“Homer encontra Deus em seu último refúgio, apesar de às vezes errar o Seu nome sensacionalmente”, conclui o “L’Osservatore”. “Mas esses são apenas pequenos enganos, afinal, os dois conhecem muito bem um ao outro”.

Clipado de http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL1424721-7084,00.html

As verdades de 2009

É interessante como vamos descobrindo verdades e mentiras que nossos pais ou professores nos contaram conforme o tempo vai passando. Sabemos que as intenções eram as melhores, ou era para não nos assustarmos, ou ainda para sobrevivermos num mundo cada vez mais cão.
Só que este ano que passou me trouxe algumas informações muito valiosas, e quem sabe 2010 seja mais valioso ainda...
1- A fórmula para a beleza feminina é ser magra e andar cruzando as pernas.Mentira. Gosto é que nem escova de dentes (para não usar outra palavra...), cada um tem o seu.
2- Homens começam a apresentar problemas de disfunção sexual após os 40 anos.Raciocinem comigo: se a mulher conforme vai amadurecendo conhece melhor o próprio corpo, e consegue chegar ao ápice sexual mais rapidamente do que na juventude, por que condenarmos os homens? O que deve ser condenado é a superficialidade das relações atuais (isto quando elas existem...) , e não o tempo que cada organismo leva para se manifestar!
3- A população confia mais nos bombeiros do que em qualquer órgão.Pára o mundo que eu quero descer! Se a situação é caótica demais em um subúrbio, e a população ameaça uma autoridade (como por exemplo o secretário de obras) qual é a frase que utilizam? “Vou chamar o B... Geral, ou o Diário G..., ou o Diário de Viamão!”... Convenhamos, os primeiros a serem chamados quase nunca são os bombeiros (Cuidado, no dia em que os jornalistas tiverem mangueiras... sem comentários.).
4- A imprensa mente.A informação muitas vezes é considerada moeda de troca... E quem paga o salário?
5- O MST é formado por uma corja de vagabundos.Quem diz isso é por que nunca entrou num assentamento. Será que um dia a população vai se tocar de que nem sempre todas as maçãs de um pomar são saudáveis? Existe um grupo de pessoas interessadas em reforma agrária, e estas se enquadram em algumas regras e acomodam suas famílias, para trabalhar nas terras que passam a lhes pertencer ( E tem até um assentamento vertical em Porto Alegre. Quando vi achei o máximo. O pessoal invadiu um prédio abandonado pelo governo, e transformou em um reduto residencial e cultural, ganhando na justiça o direito de ficar.). Não adianta generalizar. Antes de usar a força numa reintegração de posses, é necessário ver quem está por trás do cercado. É importante separar o joio do trigo... ah, esqueci, isso quem deve saber fazer é agricultor, né?
6- Todos os políticos mentem, ou prometem o que não podem cumprir.
Em partes. Tem alguns que sempre depois de seu discurso, ou conversa, falam: “não prometo nada...”. Mas aí, a população, já acostumada com antigos moldes, nem ouviu a última frase, e já virou as costas. Depois vem cobrar, se não aconteceu o que foi solicitado. Erro fatal de interpretação.
7- Para construir uma carreira profissional sólida, é necessário engolir sapos.Verdade, verdade, verdade... se tu tá sofrendo com teu emprego, mas tem um objetivo...aguenta! Tu vai chegar lá!
Talvez, se observarmos melhor a nossa volta, vamos encontrar muitas outras verdades e mentiras. Basta não olharmos apenas para nosso próprio umbigo. Aliás, vou aproveitar para fazer meus votos para 2010: Que tu nunca caminhe por uma estrada em que sabe que não vai conseguir voltar, ou nunca suba em um lugar de onde sabe que não vai conseguir descer. E que aperte as mãos de quem for te cumprimentar com força, e olhando nos olhos. Isso vai garantir que a pessoa na tua frente sinta que tem boa vontade... de verdade.

Quem você é politicamente?

Pois... cada pessoa, independentemente de partido político, raça ou religião, tem uma personalidade, e ela pode estar ligada a qualquer área da convivência em sociedade.


Quer saber qual é a sua personalidade dentro da política?


Faça o teste da revista VEJA...


Meu resultado foi este ó:


Clica aqui: http://veja.abril.com.br/idade/testes/politicometro/politicometro.html e dá uma conferida!

Cadela inflável

Todos os dias era a mesma coisa: o poodle do francês Clement Eloy, não tendo uma cadela por perto, “transava” com as pernas de seu dono.
Cansado de dar prazer ao seu bichinho de estimação, Eloy resolveu então criar uma parceira inflável para ele (o poodle) extravasar seus repentes eróticos.

A cadela inflável
A jovem de quatro patas é feita de material plástico, coberto com uma grossa pele de silicone, e músculos especialmente modelados que imitam glúteos carnosos.
As “patas” são de borracha, para não escorregar durante o uso.
“Homens usam bonecas infláveis quando não conseguem se controlar, então por que não fazer uma do gênero para os cachorros?”, justificou Eloy em entrevista à BBC.

"Clipado" de http://forum.intonses.com.br/viewtopic.php?f=2&t=4440

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Gravidez de Mona Lisa

Há quem diga que Mona Lisa era o próprio Leonardo Da Vinci, mas uma descoberta recente revela que a moça tinha até esposo.
Se houver realmente a possibilidade de ser um auto retrato, Da vinci, realmente seguiria aquela linha de homossexuais que deseja ser mãe a qualquer custo, e não pai... pois então... abaixo segue a notícia que li no site "reporternet"
http://www.reporternet.jor.br/a-gravidez-de-mona-lisa/





"Por João s. Magalhães

Fantástica descoberta: Mona Lisa estava grávida, quando foi pintada. Pelo menos essa é conclusão a que chegaram os cientistas que fizeram a mais completa digitalização tridimensional da obra prima de Leonardo Da Vinci.

“Graças a uma exploração com raio laser podemos descobrir um finíssimo véu que Mona Lisa usava sobre o vestido. O acessório era típico das mulheres que estavam para dar à luz naquela época”, revelou, Michel Menu, diretor do Centro de Investigação e Restauração dos Museus da França.

Michel esclreceu ainda que o painel de madeira no qual foi pintado Mona Lisa é sensível a variações do clima e temperatura, de modo que caso se mantenham as atuais medidas de conservação, não corre risco de degradação.

Já em 2004 foi feito um exaustivo exame da obra, por meio de uma tecnologia desenvolvida por cientistas do Conselho de Pesquisa do Canadá.

Os experts escanearam a pintura por ambos os lado para obter dados da imagem de alta resolução em 3D, que poderia revelar novas facetas da história de Mona Lisa.

A jovem que serviu de Modelo para Da Vinci foi identificada como Lisa Gherardini, esposa de de um comerciante de Florença, chamado Francesco de Giocondo."

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Diálogos Infames

Meu colega Edimar e eu resolvemos ilustrar um texto dele...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O dia em que a Terra parou


Humildemente vos apresento um ensaio que desenvolvi sobre o filme "O dia em que Terra Parou".


Fiz um parâmetro entre o contexto social em que o diretor da filmagem de 1951, Robert Wise, e o diretor do remake de 2008, Scott Derrickson; inseriram as personagens.
Pra quem se interessa por este tipo de informação talvez seja interessante até assistir aos dois filmes. Vale a pena.


Ah, antes de lerem, esta não é a versão revista, talvez encontrem alguns erros de português...


Centro Universitário Metodista do Sul – IPA

(Ensaio sobre produção audiovisual)

O DIA EM QUE A TERRA PAROU
Robert Wise, 1951 - Scott Derrickson,2008

Caroline Garcia
Turma JON41
TV e Vídeo:Linguagem e técnicas
Professor Roger Bundt

Porto Alegre, 14 de novembro de 2009



O objeto
O objeto de análise deste ensaio são os perfis de alguns elementos apresentados na obra de audiovisual “O dia em que a Terra parou”, refilmado por Scott Derrickson, em 2008, a partir da primeira filmagem feita em 1951 por Robert Wise.


O interesse da autora deste ensaio surgiu a partir do momento em que assistiu ao “bônus” do DVD do remake, denominado “Reimaginando o Dia”, onde mudanças e diferenças entre os ditos perfis são apontados pela própria equipe de produção. Vão de efeitos especiais até reflexões sobre nosso cotidiano em sociedade.






Klaatu -O primeiro ponto de comparação entre as duas concepções é a dificuldade de iludir uma sociedade tecnologicamente mais desenvolvida do que era no período da primeira produção. Em 1951, seria suficiente um homem com roupas laminadas e inteiriças descer de uma nave em forma de disco, tirar um capacete da cabeça e dizer que era de outro planeta para causar calafrios em qualquer pessoa que estivesse assistindo ao filme. Hoje, seria motivo de chacota entre os adolescentes, por exemplo. Scott Derrickson em nenhum momento quis questionar a genialidade do primeiro diretor (Robert Wise), até por se confessar fã deste, e sentir-se orgulhoso por tê-lo conhecido em sua juventude, enquanto estudava cinema. Se Wise era uma de suas referencias, talvez não importasse. Tinha o desafio de levar a sociedade atual a refletir sobre os mesmos pontos, já que a mensagem de Wise era atemporal.


Um dos pontos cruciais apontados pelo diretor, foi a escolha de um ator que pudesse representar Klaatu (O ser extraterrestre que vem para a Terra dar um recado aos líderes mundiais.). Pensaram em fazer como a versão dos anos 1950, em que o ator principal era desconhecido do público, Michael Rennie. O objetivo era não permitir que o público se identificasse com a personagem, já que não fazia parte de nosso mundo; deveria ser um completo estranho. A problemática surgiu, quando Derrickson, o atual diretor, percebeu que nenhum dos atores testados corresponderia as suas expectativas, e lhe veio a mente Keanu Reeves. Segundo a equipe de produção, a escolha era perfeita, porém, quando Reeves descesse da nave e tirasse um capacete, ou qualquer que fosse o figurino que lhe cobriria, a imagem daria té mesmo uma sensação de alívio em quem estivesse tenso com a presença de um extraterrestre no Central Park. Após várias idéias lançadas, chegaram a conclusão que o momento de adaptação da personagem ao ambiente da narrativa deveria estender-se para tornar-se o mais misterioso possível.


Quem desceria da nave, teria uma “carapaça” orgânica por cima de seu verdadeiro corpo. Algo que segundo um dos diálogos do filme era semelhante a gordura de baleia, ou uma placenta. De dentro dela, assim como “manda o figurino” em nossa sociedade atual (Cheia de bases militares de segurança máxima, onde trancafiam qualquer vestígio de vida supostamente alienígena encontrada na superfície da Terra.), Klaatu surge, como que um feto recém nascido: nú, sem pelos, úmido, encolhido, com frio.


Klaatu vai parar nesta base militar muito diferente da do primeiro filme, onde haviam apenas algumas camas de hospital. No cenário atual, aparelhagem de alta tecnologia, instrumentos de pesquisa, vidros protetores para que a chefia observe o que a equipe de saúde faz com o corpo do extra terrestre ferido, corredores que mais pareciam labirintos. Um médico vai tirar a bala do tiro, e assusta-se não por ser uma vida alienígena, diferente da nossa constituição orgânica, como o esperado, mas sim, por ser exatamente igual a nós. Depois disso, a “placenta” se desmancha e surge o ser.


Outra preocupação é como este alienígena teria tomado uma forma humana. Questão que não seria apontada pela sociedade de 1951, mas com certeza, pela nossa. A alternativa foi a exibição de um prólogo, onde Keanu Reeves interpreta um explorador da Codilheira dos Andes, anônimo, mas que se depara com uma das esferas (Mais tarde descrita neste ensaio.) alienígenas. Em uma das cenas do filme é afirmado que Klaatu deve ter vindo em uma outra época à Terra, recolheu amostras de DNA humano para tomar sua aparência, com o objetivo de não assustar a ninguém. Kllaatu pede água, sente dores, sofre de uma infecção no ferimento a bala mal curado, após ter fugido da tal base. Elementos que também evidenciam a “humanidade” atribuida a ele.


Na primeira versão, Klaatu vira Mrs. Carpenter, para se disfarçar entre os humanos,e observar os seres que aqui vivem, morando em uma pensão, para realizar seu trabalho. A partir do que observasse decidiria pela destruição deles ou não. Em 2008, Klaatu não se disfarça, passa o tempo todo fugindo das autoridades que lhe caçam, e vem consultar um informante que havia implantado na terra há algumas dezenas de anos antes de sua chegada. O informante descreve a raça humana como autodestrutiva, mas com alguns valores que fazem até mesmo que ele nem queira retornar para seu planeta antes da destruição (O velho havia constituido família aqui.).


Reeves consegue levar Klaatu a ser uma figura sem emoções, ao contrário de Renie, que olhava a todos com ternura, e ao transmitir a mensagem à humanidade, avisando que a destruição ocorrerá se não começarem a preservar a Terra (Na verdade uma mensagem sobre as ameaças nucleares no início da Guerra Fria, o que talvez seria o início da destruição iminente que vemos hoje, do meio ambiente.), transpira rancor. O Klaatu de 2008 é visualmente inabalável, embora mude de opinião e de atitude. Talvez por não transparecer nenhum sentimento, atualmente Klaatu parenta a severidade necessária a quem tem este tipo de missão.


Renie interpreta um alienígena que desde o começo aparenta não querer destruir a humanidade. Reeves, em uma das suas falas afirma que não é amigo da humanidade, e sim, da Terra. Para qualquer entendedor, estas palavras bastam: o ser humano está destruindo a Terra, e melhor começar do zero, do que preservar o destruidor.




Dra Elen Benson - Na primeira versão, Elen era uma mulher batalhadora dentro de suas limitações, que vivia em uma pensão e criava seu filho sozinha. Algo incomum para a sociedade dos anos de 1950. Mas para a nossa, não é nada de extraordinário. A Elen Benson que encontra Klaatu em 2008, deveria ter algumas características que possibilitassem sua presença na trajetória do alienígena. Para isso, Foi constituída como uma astro-bióloga, pois se não fizesse parte dos nomes “super selecionados”, atualmente para relacionar-se com as pesquisas sobre vida extra terrestre, não teria por que fazer parte da narrativa como protagonista feminina. Elen faz parte de um modelo diversificado de família a ser analisado por Klaatu. Em qualquer uma das duas versões, ele toma a decisão de contrariar as ordens do grupo de sociedades que representa, ao observar que o ser humano tem seu lado mau, autodestruidor, mas também tem seu lado bom, preservador. Uma das características deste lado bom seria o amor incondicional que alguns seres humanos sentem por determinados exemplares de seus semelhantes. Amor incondicional este, que Klaatu observa em Elen pelo seu filho, em 1951. Em 2008, Elen sente um amor incondicional por seu enteado, que criou como filho, quando seu marido, pai do menino, faleceu. Parece confuso, mas o “X” da questão é este mesmo: hoje temos famílias “despedaçadas” por divórcios, tragédias, ou ainda, famílias montadas propositalmente pelo próprio indivíduo, que adota uma pessoa próxima como se fosse sua consanguínea. Wise orienta uma Elen que se relaciona com Klaatu de uma forma que nos remete a “romancear” a narrativa, talvez por estar inserida em um perfil social em que se acredita que a base da família está na figura paterna, masculina; e que uma mulher deveria sentir-se desprotegida sem ter um homem ao lado. Nada disso é explícito, mas a “inclinação” da personagem dá a intensão. Derrickson nos trás uma Elen curiosa, firme, emotiva, mas que mantém a distância suficiente para que o público não espere que o filme acabe com uma “linda cena de beijo entre os protagonistas”. Além disso, talvez o altruismo dela seja a maior das diferenças: Elen passa de protegida a protetora, do enteado, de Klaatu, da Terra, da humanidade.




Jacob Benson - Outra personagem totalmente revista, principalmente por que as crianças de 2008 são exageradamentre diferentes das de 1951. Jacob é o enteado de Elen. Em 2008 tem em torno de 10 anos, e é aficionado por jogos eletrônicos. Independente, revoltado com a morte do pai, e como qualquer criança que tome decisões precipitadas, “enfia os pés pelas mãos”, mas não se amedronta por isso. Em 1951, o menino se chamava Bobby, nomes corriqueiros, cada um para sua época. É possivel também relacionar o nome Jacob com uma referência bíblica, já que o filme pode ser considerado, de certa forma, apocalíptico. Bobby era um menino doce, obediente e companheiro da mãe, e havia perdido o pai na guerra. Anda de mãos dadas com Klaatu, acreditando ser um visitante chamado Carpenter, e até leva-o para conhecer os monumentos históricos de Washingtown DC; antes de seu retorno à nave. Quando descobre que o visitante é um extraterrestre, não expressa repulsa, aparenta, na verdade, obedecer a mãe, pois se ela diz que é inofensivo, é inofencivo e o assunto está encerrado. Jacob é questionador por natureza, pois seus pais (O pai e a madastra.) eram cientistas (Ele, um militar; ela, uma professora universitária.), e criaram o filho em um ambiente onde visivelmente tudo era esclarecido para ele. Jacob demonstra repulsa pelo alienígena, um certo medo, talvez. Diversas vezes tenta denunciá-lo à polícia, que o procura ferozmente, não se importando, em uma das cenas, em que foge pela mata com Klaatu, que se o helicóptero da polícia atirar nele, pegará em sí próprio, ou o deixará sozinho. Klaatu combate o ataque com uma força eletro-estática, paralisando os helicópteros, fazendo com que eles não atinjam nem ele, nem o menino, derrubando-os no chão. Com esta demonstração de força, Jacob passa a respeitá-lo. Quando vê Klaatu ressuscitando um policial que este mesmo matou, para se defender, nutre a esperança de que ele poderia ressuscitar seu pai. Leva-o até o túmulo, e pede que faça alguma coisa. Klaatu esclarece alí as leis da natureza, de que nada morre, apenas se transforma. O menino chora. Observando a cena, podemos montar um parâmetro entre as reações das personagens: em 1951, com certeza, Klaatu abraçaria Bobby. Em 2008, apenas olhava com a mesma estranheza a qual olhava tudo (Embora Keanu Reeves estivesse dizendo com o olhar que a partir dali mudava sua decisão de destruir a Terra.). Jacob é surpreendido pela mãe, e o diálogo entre os dois leva o público a refletir a forma com que nossas crianças são criadas hoje em dia. Naquele momento Elen esclarece ao filho que coragem não se toma por armas, como as que ele tentou fazer com que a polícia usasse, e que guerras não são importantes. Existem muitos outros valores, muito mais profundos a serem vividos, e que crianças precisam ser protegidas e orientadas pelos pais, e devem ter consciência de que os adultos já passaram pela maior parte de seus problemas, então podem orientá-los.




A chefe da segurança nacional dos EUA e o professor Barnhardt - Também duas personagens notavelmente modificadas. A começar pela Chefe de Segurança Nacional. É uma mulher. Na primeira versão, um homem; retrato de duas sociedades que valorizam a mulher de modos diversificados. Quando vai questionar Klaatu, ela refere-se à Terra como “meu planeta”, e é ironizada através de uma frase de efeito do roteirista, David Scarpa: Klaatu repete “seu planeta?”. Ela fica desenxabida e começa a balbuciar “nosso planeta”, “da humanidade”, enfim, várias desculpas, como se houvesse antes, tomado a visão de que o planeta é norte-americano, e o resto é apenas o resto. Nesta cena é retratado e questionado o egocentrismo norte-americano. Klaatu irá dar seu recado apenas para os líderes mundiais, em uma reunião onde todos estarão presentes. Em 1951, Klaatu transmite sua mensagem em pleno Central Park, para quem quiser ouvir. Já o professor Barnhardt, em 1951 tem como referência para a caracterização do ator, a figura de Albert Einstein, em 2008, é um senhor bem apessoado, com ares de aristocrata. Quando Elen leva Klaatu até ele, não deixa de comentar que ganhou o Premio Nobel na área de pesquisa espacial, o que faz com que a figura do professor seja confiável ao público.


É inevitável perceber o antagonismo das reações destas duas personagens em relação a presença de um alienígena em nosso meio: a Chefe da Segurança Nacional, em uma determinada cena, refere-se a como o próprio homem já havia praticado a submissão de sociedades menos desenvolvidas através da história. Confessa-se temerosa, pois a sociedade inferior agora é toda a humanidade, e a destruição alienígena deve ser combatida com vigor. O professor aproveita a presença de Klaatu para aprender mais ainda do que já sabe, os dois corrigem juntos uma fórmula que ele refaz a anos, e conversam tranquilamente a respeito do assunto, momento no qual o professor começa a questionar a decisão destes povos extra-terrestres que enviaram-no para cá.


Efeitos especiais
Que os efeitos especiais fossem mudados, devido às necessidades de apelo visual, isso era esperado. Mas que algumas coisas fossem mantidas por comprovadamente serem atemporais, talvez fosse surpresa. Apontamos neste ensaio os dois principais momentos em que mudanças forma realizadas para que o espectador ficasse satisfeito com a narrativa:


O retorno de GORT – GORT era um robô que acompanhava e protegia Klaatu de qualquer ofensiva da população Terrestre. Em 1951, já era de se esperar, não passava de um ator (Lock Martin) vestido de robô, e consequentemente, tomando o tamanho natural de um ser humano. Em 2008, GORT era uma animação feita em avançada tecnologia.


A equipe de efeitos especiais do filme ficou muito preocupada com aquele tipo de robô, e acabou trabalhando durantes meses a fio em um modelo de alienígena que fosse mais moderno. O relato do diretor de arte, Don Macaulay, sobre o novo GORT, no documentário “Reimaginando o dia”chega a ser engraçado. Macauley conta que tentaram vários designs, cada qual mais assustador que o outro, porém o GORT só surgiu quando observaram uma maquete em que um “homenzinho sem rosto ou qualquer expressão”


O “monstrengo” não era o GORT que procuravam. O bonequinho que servia de parâmetro entre o tamanho humano e o do GORT é que era.


O robô havia assim retomado a forma anterior. O GORT antigo não tinha rosto, porém um olho de fenda liberava um raio que caia diretamente sobre as mãos dos soldados que atiravam, por exemplo. O GORT atual não solta raios. Sua ação vinha da eletro-estática. Um conceito que hoje é plausível, pois faz parte de nossos conceitos científicos. Em 1951 se um raio não fosse visto, não existia.


Aliás, o conceito de ataque e defesa, talvez também seja um diferencial entre as duas gerações. Na primeira versão, GORT usava seus raios mesmo antes de os soldados agirem. Na versão 2008, GORT só reage se alguém usar de violência contra Klaatu, afinal, ele é tão grandioso e inabalável que nada o ameaça.


Outra representação de uma tecnologia mais evoluída que a nossa é a constituição de GORT. Ele é feito de nano-robôs, ou seja, micro robôs que assemelham-se a insetos, uma referência à tecnologia mais avançada ser orgânica, o que é contrária a de nossa sociedade, que conceitua evolução como robotização fria e de matérias artificiais.


Seria difícil para a humanidade descrever uma tecnologia maior que a sua própria, tamanho é o antropocentrismo praticado a tantos séculos. Por isso a busca pelo “orgânico”: para contrariar este conceito.


Os nano-robôs que formavam GORT pareciam uma praga de gafanhotos destruindo uma lavoura. Porém; em grande escala, e com o mesmo poder que acontece este tipo de destruição da natureza, é que destruíam todo resquício de tecnologia construída pelo homem, ao mesmo tempo em que entravam discretamente pelos orifícios de seus corpos e destruíam seu sistema sanguíneo e muscular, de dentro para fora.


Em 1951, Klaatu e GORT comprovam seu poder provocando uma tempestade que destruiria tudo. Uma cena apocalíptica. Em 2008, o poder de destruição deveria ser algo inimaginável pelos humanos.




As esferas – a nave de Klaatu, antes um disco voador, com formato de disco, embora abrisse sem mostrar as portas, aterrizasse com perfeição e várias outras ações que eram suficientes para surpreender a população da época; não teria uma forma plausível à nossas expectativas de evolução. Em 1951, a ameaça era destruir tudo e recomeçar do zero. Como já citado, uma referencia ao Apocalipse. O depois, ninguém questionava. Na produção de 2008 houve uma preocupação com o resto do mundo.


Derrickson surpreende os expectadores com “naves” espalhadas nos territórios mais diversificados, em forma de esferas. Nestas esferas pode-se observar uma mistura de tempestades, água, nuvens, e se assemelham à esfera terrestre. Existe a possibilidade de haver vida inteligente dentro delas, pois cada uma parece atrair várias formas de vida para dentro delas, como se fossem as arcas utilizadas pela personagem Noé, na narrativa bíblica. Isto tranquiliza quem se questionava quanto ao destino das espécies inocentes pela destruição do planeta, questionamento este esperado dos ativistas ecológicos, hoje, tão presentes em nossa sociedade.


Afinal, em qual dia a Terra Parou?


Percebe-se uma diferença gritante entre os conceitos de parar a Terra, embora utilizando-sede elementos semelhantes. Em 1951, a Terra parou através de uma tempestade que varreria tudo. Em 2008 parar é algo muito mais amplo.


A primeira versão de “O dia em que a Terra parou” passa-se em alguns dias, período que Klaatu demora para observar a humanidade. A nova versão passa-se em vinte e quatro horas, ou seja, o próprio dia.


Enquanto Wise se detém, por exemplo, à mídia local dos Estados Unidos, através de uma imprensa que se limita aos profissionais de rádio e televisão (mais rádio que televisão), Derrickson nos trás o conceito da informação sem limites que vemos na internet. O que está acontecendo, além de estar sendo transmitido por rádio, televisão e outros veículos, está sendo exposto por imagens de amadores na internet. E estas informações é que fazem a notícia de que algo estranho está acontecendo “vazar”. A partir do momento em que todos ficam sabendo que uma invasão é iminente, ou algo muito ruim vai acontecer, as pessoas se mobilizam, a até o detalhe das bolsas de valores caírem em consequencia dos saques demasiados para fugas e outras ações é citado. Coisa que não era muito enfatizada em 1951, e até as cenas traziam imagens mais detalhadas apenas dos Estados Unidos. Atualmente, o mundo inteiro era focado em detalhes.


Para que Terra parasse, hoje, uma tempestade talvez não fosse eficaz, mas nano-robôs vorazes destruindo tudo muito rapidamente em toda parte é algo fora de qualquer controle.


Na última cena o que vislumbramos descreve uma mensagem talvez não entendida por todos: quando Klaatu volta para dentro da esfera, parando GORT, que provavelmente “morre”, pois os nano-robôs são desativados; perdemos a eletricidade e outras forças desenvolvidas pelos humanos através dos combustíveis naturais. Talvez aquela seja a condição para que as comunidades de povos de vida inteligente fora da Terra não acabassem com a vida humana. Deveríamos nos desfazer de tudo que criamos até hoje, e começar do zero. Máquinas paradas, o símbolo do que deveríamos entregar em troca de nossas vidas.

Moradora de rua salva criança de estupro

Das Agências

A Polícia Civil de São Bernardo deteve na última sexta-feira, depois de cinco dias de buscas, um homem acusado de tentar violentar sexualmente uma criança de 4 anos. O crime foi frustrado por uma moradora de rua, que presenciou a agressão e impediu o estupro.

O suspeito era funcionário temporário do hipermercado Walmart, do bairro Ferrazópolis, e viu a criança na seção de brinquedos da loja.

A menina havia saído para fazer compras com a família, mas, no momento da abordagem, estava acompanhada apenas da irmã, de 11 anos.

Depois de tirar a criança do estabelecimento, o acusado a levou para um viaduto em frente ao hipermercado.
Ouvindo pedidos de socorro da menina, a moradora de rua Railane Andressa Silva, 19 anos, avançou com pedras contra o homem.

Os dois travaram luta corporal e, mesmo sendo agredida por um soco no queixo, a moradora de rua conseguiu salvar a criança e fazer com que o homem fugisse.

Na distrito policial, emocionado, o pai da menina agradeceu a Railane, a quem chamou de anjo da guarda de sua filha.

A moradora de rua contou que é mãe de uma menina de três anos e disse que pensou na própria filha quando ouviu os gritos da criança.

O homem detido anteontem já havia sido preso anteriormente por roubo seguido de estupro. As imagens das câmeras do circuito interno de segurança do Walmart ajudaram na identificação do suspeito, que foi também demitido da loja.

"Clipping" do jornal "Diário do Grande ABC"

E agora, pra alívio da torcida, a heroína ganhou da equipe do programa "Mais Você", da Rede Globo, um tratamento pra se livrar das drogas e um monte de possibilidades de ajuda para o companheiro dela, e os moradores de rua que Railane chamou de família, pois foram as pessoas que lhe transmitiram valores como o afeto e a solidariedade.
O interessante é observar os gestos de Railane: é uma menina, que tem nos doces que guarda em um saco plástico, na barraca embaixo do viaduto seu tesouro; e em seu companheiro (Que ela diz que é namorado, e só vai virar marido depois de arrumar um emprego.) que lhe beija a testa o tempo todo, o carinho que diz nunca ter tido dentro de casa.
Infelismente o vídeo ainda não está disponível.

A incrível, a magnifíca, a insubstituível, Bulaaaa do homeeeeeemmm!!!


BULA DO HOMEM

Indicações:
Homem é recomendado para mulheres portadoras de SMS (Síndrome da Mulher Sozinha). Homem é eficaz no controle do desânimo, da ansiedade,irritabilidade, mau-humor, insônia,etc.
Posologia e Modo de Usar:Homem deve ser usado três vezes por semana. Não desaparecendo os sintomas, aumente a dosagem ou procure outro. Homem é apropriado para uso externo ou interno, dependendo da necessidade da mulher.
Precauções:
Mantenha longe do alcance de amigas (vizinhas solitárias, loiras e/ou morenas sorridentes, etc).
Manuseie com cuidado, pois Homem explode sob pressão, principalmente quando associado a álcool etílico. É desaconselhável o uso, imediatamente após as refeições.
Apresentação:Mini, Max, Super, Mega, Plus ou Super Mega Max Plus (ui!!!)
Conduta na Overdose:O uso excessivo de Homem, pode produzir dores abdominais, entorses, contraturas lombares, assim como ardor na região pélvica. Recomenda-se banhos de assento, repouso, e contar vantagem para a melhor amiga!
Efeitos Colaterais:O uso inadequado de Homem, pode acarretar gravidez e acessos de ciúmes.
O uso concomitante de produtos da mesma espécie pode causar enjôo e fadiga crônica.
Prazo de Validade:
O número do lote e a data de fabricação,encontram-se na cédula de identidade e no cartão de crédito.
Composição:Água, tecidos orgânicos, ferro e vitaminas do Complexo “P”.
ATENÇÃO:Não contém CEMANCOL. Cuidado!!! Existem no mercado algumas marcas falsificadas, a embalagem é, de excelente qualidade, mas quando desembrulhado, verifica-se que não fará efeito nenhum, muito pelo contrário, o efeito é totalmente oposto,ou seja, além de não ser eficaz no tratamento,podem agravar os sintomas.
Instruções Para o Perfeito Funcionamento de Um Homem:
1. Ao abrir a embalagem, faça uma cara neutra;não se mostre muito empolgada com o produto. Se fica muito seguro de si, o Homem não funciona muito bem, vive dando defeito.
2. Guarde em lugar fresco( fedorento não dá) e seguro (pois é frágil).
3. Deixe fora do alcance de amigas…
4. Para ligar basta uns beijinhos no pescoço pela manhã, para desligar basta uma noite de sexo, ele dorme como uma pedra e nem dá Boa Noite (falta de educação é defeito de fábrica).
5. Programe-o para assinar talões de cheque sem reclamar.
6. Carregue as baterias três vezes por dia, café, almoço e janta, mais que isso provoca pneuzinhos indesejáveis.
7. Em caso de defeito, algumas táticas costumam dar certo: esconda o controle remoto da televisão. Se a falha insistir, corte o futebol com os amigos no final de semana e o chope. Se o problema persistir, a única maneira é fazer greve de SEXO.
ATENÇÃO 2: Homem não tem garantia de fábrica e todas as espécies são sujeitas a defeitos. A solução é ir trocando até que se ache o modelo ideal, contudo recentes pesquisas informam, que este não foi INVENTADO ainda.

Frase de grande efeito (Baseado em fatos reais e imorais!)

MCerta vez, minha mãe, iniciante na era digital, divertia-se em um "chat". Está na idade da loba, como dizem os "Don Juan", a respeito das quarentonas. Obviamente era abordada por pelo menos grande parte deles, se não todos.
Foi aí que seus belos olhos de um esverdeado quase amarelo arregalaram, suas faces enrubeceram e ela murmurou: "Caroline...me acode..."
Logo de cara concluí: minha mãezinha havia sido desonrada, deflorada, por um tarado virtual.
Na mosca! Uma "galante" criatura do sexo masculino havia mandado, em sala reservada, um páragrafo que não tenho coragem de aqui reproduzir. Pornografia chula, daquelas que causam traumas sexuais em mulheres de menos fibra que nós duas.
Chamei meu irmão. Ele, mais jovem, ficou com vergonha. Foi aí que resolvemos unir a força bruta de um taekwondista com a inteligência de uma quase jornalista e lavar a honra de nossa genitora com sangue, se preciso fosse.
Utilizamos toda nossa astúcia para criar o mais maquiavélico dos planos. Levantamos da memória todo tipo de ofensas e palavrões que havíamos aprendido ao longo de nossos vinte e quatro e dezoito anos de existência. A mãe assustou-se. Nem sonhava que "aquelas criaturinhas de quem havia trocado as fraldas e educado tão direitinho" pudessem ter um vocabulário vulgar tão extenso. A coletânia ia desde "pintinho" até "inconstitucionalissimamente", passando por aquele prato grego de 182 letras.
O grande início foi a frase de maior efeito:
"Sou semelhante a uma sereia...
...metade mulher, metade baleia."
Era só o começo. A partir daí, uma mulher virtualmente asquerosa começou a humilhar e oprimir aquele, que deduzimos, "lutava covardemente com um exército de cinco contra um".
Em dez minutos, ou menos, ele se "auto-expulsou" da sala.
Mas juro... minha mãe, na verdade, é um mulher linda... de parar o trânsito!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Fui vítima do trabalho infantil!

A cidade de Viamão entrou no cenário da mídia nacional por causa da punição que uma professora aplicou em um adolescente, que num ato de vandalismo pichou as salas de aula recém pintadas de uma escola. Como eu não poderia deixar de opinar sobre o assunto, mandei esta crônica para o jornal Diário de Viamão, e ela passou a ilustrar uma das matérias que circulou sobre o assunto.
Ah, e vale lembrar: a cidade dos professores carrascos é a única em que os motoristas páram na faixa de pedestres mesmo que sem semáforo, para alguém atravessar a rua.




Abaixo, o texto enviado ao jornal:





Vai ser um depoimento rápido, sucinto e indolor...

Sim, venho hoje me retratar como uma vítima do trabalho infantil.

Praticamente todo o ensino de nível fundamental estudei em escolas privadas... e religiosas. E como reza a lenda, todas as administrações religiosas são carrascas.

Qual a diferença entre uma escola pública e uma privada? Ora... esta é fácil! A pública forma operários, e a privada, líderes.

Mas a grande verdade é esta: os irmãos e irmãs que me educaram, faziam com que meus colegas e eu limpássemos a sala de aula uma vez por mês. Faziam com que varrêssemos a sala de aula todas as vezes que trabalhávamos com recortes de papel. E também faziam com que plantássemos árvores. E que passássemos álcool no quadro negro, sujando nossas pequenas mãozinhas... ah, e uma vez tive que ajudar a pintar as linhas de uma quadra de basquete.

Assim vivi minha infância dos seis aos treze anos. E muitas marcas foram deixadas.

Não sou uma líder, muito menos rica e bem sucedida. Mas sou traumatizada. E é este trauma que faz com que eu seja grata às faxineiras do local onde trabalho, e que eu não me importe em passar um paninho na parte de traz de um computador quando elas não alcançam. É este trauma que faz com que ensine aos meus filhos a não jogar papel no chão. É este trauma que faz com que eu não piche as obras de arte da Bienal do Mercosul, e muito menos os muros dos vizinhos, já que eu sei o trabalho que tiveram para pintar. É este trauma que me fez uma cidadã de bem, consciente de meus direitos, mas principalmente de meus deveres.

O início assusta, não é? Mas meus senhores e minha senhora, mãe de “criança traumatizada”: o Estatuto da Criança e do Adolescente tem duas partes, e não só uma. A primeira fala dos direitos, e outra dos deveres, como em qualquer constituição... mas como qualquer bom brasileiro, a maioria não lê um livro por inteiro, ou decora a sinopse se considerando a pessoa mais instruída do mundo.

Aliás... chamem psicólogos para tratar quem doa seu trabalho voluntário para pintar escolas e depois tem que assistir delinqüentes pichando. Estes cidadãos sim, tem motivo para ficarem com traumas, sofrendo com este dano moral.

Obrigada aos carrascos da minha infância. Hoje eu sei o que é educação... a que faz o caminho ser aberto para a vida.

Inquisição

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Ontem, quando acordei, uma tempestade se formava. Não... não estou falando de tempestade em sentido de metáfora. E sim daquelas tempestades que parecem varrer tudo, com grandes nuvens negras que tomam conta do céu aos poucos... ondas com espuma.
Estava só. Olhava pela janela, e perdi alguns minutos contemplando aquilo que penso ser a maior prova de força da natureza.
Água limpa tudo...cura todos os males. Vem com a força de uma enxurrada e leva tudo o que temos. Particularmente, acredito que quando me exponho à chuva, minhas forças se renovam.
Mas eu não podia olhar para o milagre que se aproximava.
Tinha que correr.
Tenho estado longe de mim mesma a tempo demais. São raras às vezes em que posso, por exemplo, admirar as folhas balançando.
Não venham tirar de mim o restinho do que tenho. Deturpam minha integridade... invadem meus pensamentos... substituem meus princípios... questão de sobrevivência, e não de vivência.
Vestí-me e antes de sair, olhei para o lado. Sim, do lado da porta de minha casa... meu cetro... minhas adagas... pedras... caldeirão. Minha fé cheia de poeira. E percebi que não era apenas nos objetos. A poeira está dentro de mim.
Meu manto negro guardado dentro de um roupeiro, ao lado do da minha filhinha (E como é prazeroso fazer nossos rituais juntas! Aquelas pequenas mãos pegando suas rodelas de maçã... erguendo e dizendo: "mãezinha do céu, cuida de todos os teus filhinhos!"), talvez seja a maior prova de tudo isto. Ensinei meus filhos a chamar a Lua de "Mãezinha do Céu" desde que aprenderam a falar. A única coisa que não se pode tirar de uma pessoa é a fé, seja ela no que for.
Foi correndo até o trabalho que pensei em como isto tudo é semelhante a uma inquisição. E talvez fosse melhor ser queimada. Assim eu morreria. Porém, continuo viva de corpo. A única coisa que me consome é o tempo. E corro para a janela do prédio toda vez que ouço o barulho da água que bate no telhado...na estrada, nas folhas. Pelo menos poderei olhar, já que não me é permitido sentir. Não me comunico mais com o invisível. Tenho praticado auto-negligência.
A inquisição que acaba com mais uma sacerdotisa. O inquisitor: o tempo. Meu único inimigo. Poderoso, intransponível. Passa por mim, e às vezes nem vejo.


"E aquele que pensa em procurar-me, saiba que procurar apenas e ter compaixão não o ajudará, a menos que conheça o Segredo: que aquilo que não procure e não encontre dentro dele, então nunca o encontrará sem ele. Para verem, eu tenho estado contigo desde o Início; E Eu sou aquilo que se alcança no fim do desejo". (Trecho da Grande Exortação.)


Ó Grande Mãe... mãezinha! Tu que sabes de todas as coisas, e enxerga até o que não podemos ver... cuida de mim e dos que amo... e dos que não amo também... continuo sendo apenas tua filhinha... em silêncio... mas tua.

Afinal, qual é o sexo frágil?


Antes de começar, preciso contar. Minha filha tem quatro anos, e utilizamos o transporte coletivo. Ao embarcar no ônibus, dia destes, sentamos nos bancos da frente, que estavam livre. Foi aí que ela me perguntou sobre cada figurinha do adesivo indicativo de assento preferencial. Identifiquei todos. Seu pequeno dedinho apontava para a mulher com criança no colo. “Esqueceu, mãe”, disse ela, “com bebê e de saia”. Eu meio cansada, apenas resmunguei. Mas depois fiquei pensando. Será que não é esperado que um homem entre com um bebê de colo em um ônibus? Esqueçamos os favores prestados pelos pais às suas esposas, ou mães de seus filhos. O que está aqui em questão são os tabus e diferenciações.
A mulher quando some de casa e chega tarde é motivo de preocupação. O homem quando chega tarde é sem vergonha.
A mulher quando é traída é vítima. O homem é traído e é chamado de “corno” ou de “trouxa”.
A mulher quando trai ainda é vítima (Coitada, faltava algo em casa.). E se o homem trai, voltamos a dizê-lo: sem vergonha.
Dia destes li uma notícia um pouco estranha. Um homem iria assaltar uma loja na Rússia, se não fosse interrompido pela proprietária. Sei lá como a mulher imobilizou-o e trancou-o e uma sala. Ali, fez toda sorte de práticas sexuais com o pobre coitado; durante não sei quantas horas, mas foram tantas, que a polícia local foi averiguar o que estava acontecendo. Descobriram a vítima de estupro. Ou não era vítima, ou não era estupro? A notícia lí num site de discussão. Os comentários foram diversos, e confesso que até eu chamei-a de “mestra”. O que mais me chamou a atenção foi uma mulher participante discernir que estupro é quando se agride orifícios,e não extremidades (As palavras não forma bem estas, mas poderemos estar fora do horário para este tipo de nomenclatura.). Os homens o consideraram privilegiado, e acharam absurda a ação que o homem moveu contra a agressora. Para mim, estupro é qualquer ação sexual realizada sob violência e contrariedade de uma das partes.
Aí me pergunto: o que acontece com um homem que procura uma delegacia dizendo que “apanha” da esposa? E com um rapaz que diz ser assediado por uma senhora? Por que a delegacia da mulher cuida só da defesa e não da punição das mulheres? Assédio sexual só é acusação válida quando o chefe é homem? Mais light: por que existe dia internacional para a mulher e não para o homem? Por que no dia das mães a variedade de presentes é muito maior?
Igualdade de direitos é uma coisa. Tentativa de supremacia é outra bem diferente. Esqueçamos o gênero. O que é frágil é o ser humano, principalmente contra a falta de valores.