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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sacrifice

No post passado havia comentado sobre a música "Jeito de Mato" e ao fato de uma música remeter a outros sentimentos que não sejam os amores entre casais.

Exemplo disto para mim é a música "Sacrifice", de Elton John. Não consigo assistir ao clipe inteiro sem chorar pelo menos um pouquinho. Quando eu era criança, por ser filha de pais separados, depois de adulta, por ter filhos de pais separados (Apenas por isso, por meus filhos.). Assistam até o fim e entenderão.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Segunda voz

No dia de ontem, 15 de maio, me aconteceu algo de muito especial. Me fez refletir sobre quem está por trás de alguém que se destaca.

Então resolvi lembrar sobre a segunda voz em algumas músicas.

1 - "The Blower's daughter", de Damien Rice. é trilha do filme "Closer - Perto demais". O filme trás apenas Julia Roberts, Jude Law, Clive Owen e Natalie Portman no elenco, então, não preciso nem dizer que é uma porrada (até por que todo mundo já deve ter assistido). Gente, alguém já ouviu o "coro" de voz feminina que tem mais pro final da música? Meeellll Deeeelllls!!! é uma das coisas mais lindas que meus ouvidos já ouviram (Ô redundância!). Só perde pros meus filhos (Quando não estão gritando, óbvio.). O clipe do qual tem o link aqui tem cenas do filme, e é tão melancólico quanto a música. Seu Jorge e Ana Carolina cantam uma versão linda dela... mas não tem esta segunda voz tão, tão... doce, meu deus! Ah, a menina que canta esta segunda voz se chama Lisa Hannigan, e não é necessariamente uma segunda voz. Só que todo mundo fala apenas do Damien, enfim.

2 - "Jeito do mato", da Paula Fernandes. Foi trilha do remake de 2009 da novela global "Paraíso" (O que??? Tu não sabia que era um remake? Pois é, a primeira versão foi gravada em 1982!). Então... aquela maravilhosa voz no fundo é do Almir Sater. Ca...lho! A guria tava no início de carreira e tinha a SEGUNDA VOZ DE NADA MAIS NADA MENOS QUE ALMIR SATER! G-zuis! Com serteza uma das coisas mais lindas que já ouvi também. Sem dúvida é música pra chorar abraçada no travesseiro. Ela nos remete muitas coisas além do que a maior parte das músicas remetem: amor entre casais, ou uma desilusão amorosa com este tipo de amor. O clip que vou linkar não achei lá estas coisas, mas foi o que encontrei com eles dois cantando junto. Vale pela ouvida.

3 - Essa é da primeira vez em que me arrepiei ao ouvir uma voz de homem cantando (Depois disso descobri o Nasi, e me arrepio com os dois...): "Living on a prayer", interpretada pelo John Bon Jovi e o magnífico Richie Sambora. O cara é companheiro inseparável do John. Para mim, sinceramente, o melhor guitarrista do mundo. O clip em questão é da época em que eu gravava os shows da banda em VHS, acompanhando minha tia, que é fã. Eu também sou... sei o que é bom desde criança. Aqui John e Richie cantam a música que disse e seguem com "Wanted Dead Or Alive", que foi trilha do filme "Young Guns". Cada um com uma violão, MUITO BONITO DE SE VER. Simples assim... ai, ai (suspiro). Vai dizer que quando a segunda voz feita pelo Richie entra não dá um nó???? Aaaaai, quando o John canta:
"Oh, We're half way there"...
E ele responde:
"Whoah, Livin' On A Prayer"...
E o John retorna:
"Take my hand, we'll make it, I swear"...
E ele...
"Whoah, Livin' On A Prayer"...
DÁ VONTADE DE SAIR GRITANDO QUE NEM FÃ ENLOUQUECIDA EM SHOW!
 
Bom, esta é uma homenagem para aqueles que gostam de ficar nos bastidores. Espero que entendam minha metáfora. Há pessoas que nem precisam fazer uma segunda, mas o fazem porque gostam, fazem bem feito e se tornam esseciais.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Meninos ucranianos

Não quero links, não quero mostrar nada. Absolutamente nada.

Estava lendo o site Minilua. Lá, uma foto lateral chamou minha atenção. Falava sobre a situação triste de crianças na Ucrânia. Abri o link.

Não vou reproduzir as fotos. Não é este meu intento. Não gosto de sensacionalismo nem profissionalmente, muito menos intimamente. Infelizmente vivemos no que chamamos de "Sociedade do espetáculo". Onde podemos assistir a desgraça alheia, e em um clique após dizer "coitadinho", fugir da realidade.

Há pessoas da minha convivência que se questionam sobre como sobrevivi a certas situações que elas consideram extremas. Mas elas sabem apenas o que contei. Na verdade, nunca vivi nenhuma situação extrema. Caminhei aproximadamente sete quilometros na chuva por não ter como pagar o ônibus, sem proteção nenhuma para fazer a prova do ENEM. Passei, estou prestes a me formar como bolsista. Roubei chuchu na cerca da vizinha para ter o que comer alguns meses antes disso acontecer. Estava amamentando meu filho praticamente desmaiada quando o pai dele chegou em casa. Tenho pressão baixa e chuchu não faz muito bem para pessoas como eu. Sofri violência psicológica, o que resultou em um divórcio. Me reergui do nada, várias vezes. e me reergo de novo, se for necessário.

Isto é o que eles sabem, e já ficam chocadas. E se um dia descobrirem que testemunhei contra um pedófilo ao descobrir que uma menina em uma das creches que eu trabalhei estava sendo abusada? Sim, eu estive frente a frente com ele, e não piquei nenhum pedacinho do seu rosto.

E se descobrirem que ensinei uma menina de treze anos a tomar banho em bacia depois de descobrir que na sua casa não havia água encanada?

Que vesti meu moletom em um menino de seis anos para o qual tive que colocar no colo para dar aula, na intenção de aquecê-lo (Naquele dia voltei com frio para casa, mas a sensação foi única.)?

Que segurei a língua de um menino que estava tendo uma overdose?

Que fui em boca de fumo exigir um aluno meu de volta gritando com o traficante em questão "Nos dias em que eu der aula ele é meu, nos outros ele é teu, e vamos ver quem é que ele escolhe!"? A partir deste dia o homem mandava o menino ir pra escola antes de ir para o "trabalho".

E o dia que fui escoltada pra descer o Morro da Cruz sob fogo cruzado? Cabuloso!

Sabem quanto eu ganhava para sustentar meus filhos neste período? 80 reais por mês, numa época em que o salário mínimo era de 400. O resto, arranjava fazendo uma performance de teatro aqui, outra alí. Não se enganem, meus amigos, artista fora da televisão é pobre.

Não é meu intuito também exibir proezas. Até porque o que contei não é proeza. É apenas minha obrigação. Na verdade a obrigação de todos nós.

Conheço um homem que me contou que muito se molhou na chuva sendo levado pela mão por sua mãe, em condições extremas. Começou a trabalhar aos sete anos, vendendo jornais. Não digo quem é, nem o que faz por respeito, mas posso dizer que hoje está muito, mas muito bem. Chorei ouvindo sua história, porque é muito parecida com a dos meus filhos, que não precisaram trabalhar tão cedo, mas estão aprendendo o valor das coisas comigo. Tenho certeza que este homem não fez o que fez sozinho. Sempre temos alguém que dobre nosso paraquedas. Lembram daquele email que ninguém lê até o final? Pois é, leiam e entenderão. Assim como estenderam a mão para ele, estenderam e estendem para mim; e eu estendo para outro, em gratidão a quem me estendeu.

Estou extremamente chocada com as fotos que vi, retratando o cotidiano dos meninos abandonados na Ucrânia. O que me choca mais ainda é saber a sensação que o fotógrafo deve ter tido. Ele também estava cumprindo sua obrigação como pessoa. Podemos não ter dinheiro, mas miséria vai muito além de não ter dinheiro. A miséria da alma é muito mais assustadora e sedimentada.

Minha mãe é kardescista. Minha família é. Um dia ela me disse que devemos cumprir nossa obrigação com nossos filhos primeiro, e que haviam desgraças que aconteciam com as pessoas por conta de coisas que elas mesmas fizeram. Acredito nisto. Mas assim como ela, acredito que nós todos estamos aprendendo. Consequentemente, se estes pequenos estão aprendendo com a dor, eu estou aprendendo com a indignação por vê-los assim, e ainda mais com a coragem de fazer alguma coisa. Isto é o que dá forças à minha mãe, por exemplo, mesmo cansada, prestar trabalho voluntário também.

Mas é tudo tão complicado. Não é uma doação, nem simplesmente arrastar um menino ucraniano para um abrigo que vai resolver. Nem um prato de comida. Naquelas condições, o corpo não sente fome, nem frio. Talvez nem dor.

Meu Deus! Eles são muito parecidos com meu filho. E podemos sentir todo o sofrimento em suas expressões nas fotografias.

Talvez nem escrever este texto ajude, mas preciso vociferar este tipo de coisa, sabendo que tenho acessos de várias partes do mundo, mesmo que não comentem nada.

Todas as noites agradeço à Deus(a) por ter me dado forças para garantir dignidade aos meus filhos. Poderia ter fraquejado como os pais destes meninos. Existem coisas (boas e ruins), que só podemos explicar com o divino. Quando os vejo deitados em camas limpas, alimentados, e recebendo educação, mesmo que com a dificulade de minha falha presença muitas vezes; só consigo explicar com a presença de um Deus(a) que não é bom. É justo.

Não consigo ver a humanidade como se não fosse uma família gigantesca. Queria poder me multiplicar e segurar cada um deles no colo. Juro. Não tenho por que querer impressionar alguém.

Mas posso pedir um favor: que cada pessoa que ler isso se torne uma extensão dos meus braços. Também imagino que isso não vai dar certo, mas se um atender, já será a margem que as estatísticas prevêem.

Um dia, meus filhos queriam deixar uma lata de refrigerante pela metade em uma calçada para que um mendigo pegasse. Não permiti. Ensinei a eles que se quiserem dar algo a alguém, que fossem ao mercado, comprassem um lanche limpinho e dessem. Isso é dignidade. Ninguém precisa viver de restos.

Pode existir um "menino ucraniano" ao lado da sua casa, sabia? Não é necessário viajar a Ucrânia para fazer algo.

Estes meninos vão desencarnar e ser substituídos, e não falta muito tempo. Se verem as imagens entenderão. Não sabemos onde terão suas próximas chances, então se melhorarmos as condições por aqui, estaremos preparados para recebê-los de braços abertos, caso nos escolham. A vida é feita dos atos de cair e levantar diariamente. É assim com o plano divino, também.

Uma oração? Talvez. Na verdade chamo isso de fé, de amor, de esperança.

Esta foto retrata uma pessoa que foi salva do abandono por um casal em melhores condições que seus pais biológicos.

Medo de palhaço

Uma vez minha mãe contou que meu irmão de 22 anos ainda tem medo de uma coisa, só uma coisinha: palhaço.

E daí que eu achei ser bobagem até o dia de hoje, quando resgatei, lá do fundo do baú, um bate-papo da UOL com palhaços da franquia Patatí e Patatá, em 2003.

1ª constatação:

G-zuis!!! Socorro, posso estar sendo espiada por um palhaço agora!!! (A partir de hoje, só tomo banho de roupa...)



2ª constatação:


Sempre, SEMPRE haverá um idiota metido a palhaço (no sentido negativo da história...) pra colocar um apelido de extremo mau gosto em um bate-papo em que muito provavelmente crianças e pais de crianças entrariam. E os moderadorees não fizeram nada, leram bem? NADA!
Só um apelido destes já é crime. Mas como palhaço não necessariamente é bobo, "deram nos dedos", só no sapatinho (É cômico o resto do bate papo. Para todas as perguntas que o tal "Pedófilo" faz, os palhaços respondem algo relacionado à inocencia infantil. Pena que ele não "se flagra".):


Conclusão:

Onipresentes e inteligentes. São semi-deuses. E se Hércules detonava, devia ser temido. Sendo assim, palhaços devem ser temidos. Resumindo: Meu irmão tem razão (Drooooga!!! Mãe, olha esse gurí rindo da minha cara!!!).


P.S.: Se encontrar algo que denote onisciência e onipotência, por gentileza, avise, assim, chegarei à uma segunda conclusão: a de que devem ser Deuses... daí vou enviar um email perguntando como foi criar tudo isso em sete dias, e talz...

P.S 2.: NÃO, NÃO FUMO ABSOLUTAMENTE NADA. Nem cigarro comum. Só precisava falar um pouco de bobagem. Queria mesmo é que mais gente fizesse este trabalho de resgatar a inocência infantil, que é tão gostosa; ao invés de mostrar programas com crianças namorando e cenas de sexo explícito com atores adultos, prontas para ser copiadas embaixo da mesa da escolinha.