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sábado, 1 de outubro de 2011

Paz


A paz pode estar na escuridão...




Desde a última folha do eucalipto mais alto que parece tocar o negro céu...



...Até o silêncio da lua refletida nas águas.





sexta-feira, 18 de março de 2011

E o Novo Código Florestal, hein?

Os poderosos fingem que aprovam ou desaprovam uma determinada lei, e a gente finge que respeita. Não, não precisa fingir que não entendeu.
Não tem por que ficar questionando certas coisas, como por exemplo, a quantia da Amazônia que se pode desmatar ou não. Mais uma dor de cabeça para os senadores que defendem o direitos de produtores de borracha, ou agricultores que pagam sua subsistência com apenas 320 reais por mês.
Espera aí um pouquinho... não precisa este alarde todo. Em primeiro lugar, nem somos nós, os brasileiros, que mandamos na Amazônia! Sim, sabemos que não é só a Amazônia que está em questão. Em segundo lugar, o novo código florestal não proíbe, em nenhum parágrafo sequer, que haja reflorestamento das áreas afetadas. Ou seja, fica o dito pelo não dito... é como dar um tapa e esconder a mão, ou pedir desculpas a marido traído.
Então a coisa toda é muito simples: se uma enorme, mega, super, hiper, ultra empresa carro chefe em vender lápis de cor produzidos com madeira reflorestada desmata o quanto quer e replanta com o que quer... Por que o pequeno produtor não poderia fazer isso também?
Vamos lá! É simples! Primeiro passo: corta-se as árvores de 2 hectares de mata atlântica, com árvores frutíferas, musgos, e abrigos para os bichinhos. Segundo passo: Compra-se, com o lucro da produção em cima desta madeira toda, uma penca de mudas de eucalipto. Terceiro passo: Plantamos os eucaliptos ignorando o fato de que esta árvore altera todo um ecossistema; pois a partir do momento em que um pássaro não tem frutos para comer, ali ele não fica, por isso, não defeca, por isso não aduba, e seu corpo não alimenta outros animais maiores, e assim sucessivamente. Atingindo inclusive o solo, que se adaptará às condições do eucalipto.
Nada contra os eucaliptos, mas reconstituição significa repetição, por isso, se cortou um mamoeiro, deve-se plantar um mamoeiro. Daí você reflete: “mas o eucalipto vai crescer, e isso vai impedir que não se corte mais árvores para fazer lápis!” Ledo engano... quanto tempo um eucalipto demora para crescer? Neste meio tempo, vamos ficar sem lápis de cor no mercado? Claro que não! É só cortar mais algumas árvores e plantar mais eucaliptos no lugar. E o que teremos em breve? Um grande deserto de... eucaliptos! E vai por água abaixo (Sim, por água mesmo, já que o solo pode ficar menos penetrável em caso de chuvas mais violentas.) a premissa de que meio ambiente é puro equilíbrio.
Mas deixemos por isto mesmo. Apenas prestem atenção, pequenos produtores e agricultores: é possível construir um castelo imenso em cima de uma colina que fingimos enxergar... e com muralhas que fingimos construir. O problema vai ser quando a coisa toda degringolar... daí a gente não vai poder fingir correr.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Aquecimento Global e o Tratado de Quioto

(Resumo do capítulo do livro “Mundo Sustentável”, de André Trigueiro¹)

Questões globais: crise ou oportunidade?
Desobedecendo Bush
Henry Thoreau, filósofo norte-americano do século 19 escreveu, há 154 anos atrás (contando que Trigueiro afirma isso em 2002) o texto “Desobediência Civil”, traduzido para o português pelo pesquisador José Augusto Drummond. O discurso inflamado de Thoreau influenciou nomes como Gandhi e Tolstoi a questionar a organização da sociedade dos seus dias. O curioso é que o mesmo texto apresenta-se atemporal, uma vez que o governo Bush ausentou-se da Conferência de Joanesburgo e boicotou o Protocolo de Quioto (Que estabelece metas e prazos para países industrializados diminuírem a emissão de gases poluentes.), expondo-se assim à mesma fúria do século retrasado, manifestada não apenas através de textos e protestos, mas também através da desobediência do mercado econômico: além dos países que negavam-se a comprar combustível nos postos de bandeira norte americana, correntistas norte-americanos que vivem no mundo árabe começaram a retirar suas aplicações e migrar aproximado 200 milhões de dólares para outros destinos.

Os Estados Unidos e o olho do furacão
André Trigueiro observa o furacão Francis (Flórida, 2004) e relaciona as causas do cataclismo com os danos que o ser humano vem causando ao meio ambiente. Demonstra os prejuízos que um cataclismo pode causar através das seguintes informações:
  • 2,5 milhões de pessoas deixaram suas casas 
  • Estas pessoas tem no mínimo a tranquilidade de de saber que se sua propriedade estiver segurada, e o pior acontecer, elas receberão os valores das apólices de seguro. 
  • Com a alta demanda, seguros tornam-se um negócio de auto risco, e as companhias, conscientes (pois a maior parte dos seguros vendidos é direcionado a desastres deste tipo) de que a emissão de gases poluentes aumenta a frequência e o poder de destruição dos cataclismos, ficam em cima do governo Bush para que ele não ignore o Protocolo de Quioto, colaborando assim para a diminuição das mudanças no clima.
Tania Morales, que conversava com Trigueiro no momento da afirmação, comenta também sobre o drama dos turistas, que compram viagens que não podem realizar por conta dos desastres ambientais e demoram para receber seu investimento de volta.
Trigueiro finaliza esclarecendo sobre o efeito dominó, pois por trás das companhias de seguro, existem as de resseguro, e nos Estados Unidos até patrocinam documentários sobre os efeitos dos desastres... manchando ainda mais a imagem de quem fez vistas grossas ao Protocolo.

Quioto: o primeiro passo
Depois da Conferência RIO-92 (Rio de Janeiro,1992), onde 175 países assinaram a Convenção sobre Mudança no Clima; em 16 de fevereiro de 2005, após sete anos de negociação, o Protocolo de Quioto virou Tratado Internacional. Segundo o Tratado, entre 2008 e 2012, os 141 (32 deles pertencentes ao grupo industrializado do chamado “Anexo I”) países que ratificaram o documento devem reduzir a emissão de gases poluentes em 5%, com base nos dados do ano de 1990. Isto, totalizaria como meta de redução de 60% da emissão mundial (da qual 25% é responsabilidade dos Estados Unidos.).
Com a negativa dos Estados Unidos em permanecer entre os envolvidos naquele ano, o primeiro ministro britânico Tony Blair tenta atrair os norte americanos para o chamado “segundo período de compromisso”.
Entre outras, há queixas dos Estados Unidos contra medidas que livram, de compromissos formais a Índia, a China e o Brasil, pois consideram uma ameaça o fato de poderem ultrapassar os níveis de emissão dos países desenvolvidos até 2015. A crítica é acompanhada por outros países ricos, que exigem o enquadramento destes três até 2012. O Brasil se defende afirmando que 90% dos gases acumulados na atmosfera desde a Revolução Industrial tem origem nos países desenvolvidos, portanto é injusto cobrar quem se desenvolveu depois.
Estas e outras discussões tornam as negociações mais difíceis, mas sair da inércia é o grande mérito do Tratado, provando que o primeiro passo, por ser o mais difícil, é também o mais importante.

Quioto nas empresas
Por iniciativa própria, 80 empresas (entre elas, Ford, Motorola, IBM e American Electric Power) comprometeram-se em diminuir sua tarifa de emissão de gás carbônico (CO2 ) através de um projeto chamado “Bolsa do Clima de Chicago”. A Bolsa que é virtual, consiste em comprar e vender emissões de carbono. Para negociar, toda empresa deve se comprometer em reduzir 1% de suas emissões por ano. Quem corta mais ganha créditos que são vendidos na Bolsa, quem corta menos, compra para compensar. Com a iniciativa, o grupo já reduziu 5% das emissões dos Estados Unidos. O modelo foi patenteado e vendido à União Europeia.

Sustentabilidade com sotaque alemão
Türgen Trinttin, sociólogo, dirigente do Partido Verde e ministro do Meio Ambiente, Segurança Nuclear, e Conservação da Natureza na Alemanha, em entrevista ao Programa Globo News Especial, relata a experiência do seu país em relação a diminuição de danos ao meio ambiente:

  • A Alemanha considera a partir da RIO-92 a possibilidade de conservar o mundo que é o único que temos, para as gerações futuras.
  • Desde 1980 vem implantando os sistemas de reciclagem. Atualmente, mais de 50% do lixo é reciclado.
  • Conscientes das consequências que os 5ºC a mais na temperatura podem causar para o planeta, acreditam na meta realista de 2ºC (ninguém consegue mais segurar o aumento de temperatura, dizer que ele pode parar, é irreal – até mesmo por que o planeta se auto aquece naturalmente.)
  • Da meta de 21% de diminuição de emissão de gases causadores do efeito estufa que o país estabeleceu, 19% já foram cumpridos.
  • Acreditam e provaram que as energias renováveis saem barato. Por isso apostam em uso de elementos disponíveis a todos, como o vento, o sol e certas formas de biomassa.
  • Existe uma Lei de Energia Limpa na Alemanha, que garante que quem produz energia eólica, com biomassa, ou células fotovoltaicas tem uma estabilidade de 15 anos de preço fixo nos impostos, além de vender energia ao governo (acreditam que para que as energias novas possam competir com as velhas, devem subsidiar as novas e diminuir o subsídio das velhas.).
  • Até 2020 pretendem estar com as 19 usinas nucleares fechadas. Além do desperdício (apenas um terço da energia gerada pode ser aproveitada depois), gera o perigoso lixo nuclear.
  • A Alemanha abriu suas portas para quem quisesse produzir ou consumir produtos geneticamente modificados (transgênicos), porém, há exigências rígidas quanto à identificação nas embalagens.

Além de aconselhar os países mais pobres (afirmando que gastam 8% de sua reserva em moeda estrangeira em energia não renovável) Trinttin lembra que o Brasil tem muito potencial para a energia hidrelétrica, eólica e células fotovoltaicas. Isso resolveria, inclusive o problema do êxodo rural, pois geraria energia até para as zonas mais remotas, fazendo com que as pessoas não migrassem em busca de moradias com eletricidade, e nem de emprego: O setor de energia renovável na Alemanha emprega hoje 110 mil pessoas, e continua crescendo sempre. No Brasil não seria diferente, já que no nordeste já há interesse em parques eólicos. As fábricas de turbina devem investir, com certeza, o lucro virá.
Sobre as decisões do Brasil a respeito dos alimentos transgênicos, Trinttin acredita que o plantio não será muito bom para a economia agrícola, já que o que é plantado deve ser vendido, e o consumidor não é muito favorável. A Alemanha, a partir do momento em que colaborou com a constituição do Projeto Piloto para Proteção das Florestas Tropicais no Brasil (PPG7), virou grande parceria das políticas ambientais em terras brasileiras. A meta é cessar a perda de floresta nativa, e para alcança-la, várias medidas devem ser tomadas, inclusive programas para o combate à pobreza dos moradores das regiões protegidas. Isso fará com que eles não dependam mais de ações erradas para melhorar a renda. É necessário unir desenvolvimento econômico e política ambiental para dar certo.



1- TRIGUEIRO, André. Mundo Sustentável - "Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em transformação" (Editora Globo, 2005), p229-251


Caroline Garcia

Turma JON 531
Professora Msc Lisete Ghiggi
Centro Universitário Metodista do sul IPA, Porto Alegre, 08 de junho de 2010.