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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Turma da Mônica na luta contra as drogas

Achei maravilhoso o que li. Muito útil para crianças e adolescentes.
















quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cadê tua coragem, ô cabra macho?

Com certeza, um dos governos dos Estados Unidos que mais deu o que falar foi o de Bush. O filho, vale lembrar. Atirava para todos os lados, parecia não se importar com a opinião pública, e chargistas o comparavam com nossos inteligentíssimos familiares primatas chimpanzés (ofensivamente para os chimpanzés).

Sabemos que a história dos governos norte americanos não é lá um dos motivos de orgulhos para aquela nação, principalmente se formos analisar o lado humano das relações. Nenhum país mandou tantos jovens para linhas de frente em guerra que não eram suas, muito menos arrancou dinheiro em forma de juros de empréstimo de tantos países menos favorecidos... e com certeza, qualquer outro país, se doasse alimentos para a Etiópia e a Somália, faria questão de enviar pessoas descerem de aviões e entregá-los pessoalmente, para não danificar as caixas jogando-os de aviões, impossibilitando assim seu consumo digno. Não parecia possível que houvesse coisas piores do que estes dados, ou manchas em vestidos de secretárias, mas um fato estarrecedor sacudiu os debates sobre uma das piores preocupações mundiais: a terra de Tio Sam é responsável por 25% da emissão de gases poluentes em nosso planeta. Claro, também não se pode culpar o pobre chim... digo, ex-presidente Bush por tudo, mas que ele poderia ter tido uma reação muito mais honrosa em relação a este dado, ah, poderia.
E foi dada uma chance, uma chance gigantesca, diga-se de passagem. Em 1997 foi criado o Protocolo de Quioto, mais tarde transformado em Tratado, que fazia acordos sobre a diminuição de emissão de gás carbônico em países mais desenvolvidos e industrializados, como é o caso dos Estados Unidos. O presidente, que na época era Bill Clinton foi convidado a assiná-lo, e assim o fez; mas para nossa grande surpresa, seu sucessor, Bush não ratificou, ou seja, não oficializou nas leis do governo dos Estados Unidos os tais acordos. E isso, honestamente, é muito pior que não ter assinado. O argumento era a posição do Tratado em relação aos países em desenvolvimento, já que não exigia uma posição tão oficial. Um site chamado SOS Clima Terra publicava na época:

“a administração Bush é claramente controlada por interesses específicos e velados - multinacionais trilionárias que patrocinam o partido Republicano e que dispõem de imenso poder no regime político dos EUA – agora num grau jamais antes visto. Destas multinacionais fazem parte muitas corporações da indústria petrolífera, que tem ligações especialmente fortes e íntimas com a administração atual. Esses que controlam a indústria petrolífera temem que seus lucros sejam diminuídos se forem forçados a reduzir as emissões de CO2 (criado na queima de combustíveis como o óleo, carvão e gás) que causam o efeito estufa. Eles se manifestaram duramente para conseguir que Bush descartasse o Tratado de Kyoto e tem ditado as políticas de energia atuais do mesmo. A maior responsável, entre estas multinacionais, é a maior companhia de petróleo do mundo, a Exxon/Mobil ("Esso" no Brasil) e muitas organizações ambientais, como Friends of the Earth (Amigos da Terra) e Greenpeace, estão pedindo um boicote desta companhia já que a mesma coordena a sabotagem do processo de controlar a Mudança Climática. Estas organizações lançaram a campanha 'Stop Esso'( Pare a Esso ).”¹

Ameaças a parte, devemos lembrar sempre que a educação que as mães nos dão é uma das pouquíssimas coisas que alguém pode nos tirar. E mesmo sem saber como funciona “lá fora”, sabemos que as mães brasileiras, principalmente as nordestinas ensinam os filhos a honrarem a palavra que dão, mesmo que não tenha sido eles mesmos que tenham dado, mas um dos seus. Como dizem o importante é “honrar o fio do bigode, ou então (gesto de corte na virilha)... no carcará”.
Falta de coragem ou de honra é coisa muita séria, ainda mais quando se trata da sobrevivência de quase 7 milhões de pessoas. O fato é que se a mãe de Bush fosse nordestina, além de o rapaz entender muito mais coisas desta dura vida que o ser humano leva; com certeza no dia em que o “dianho atentado” resolveu fazer esta desfeita, ela teria puxado ele pelas orelhas (espaçosamente) e gritado “pesti, disgraça da minha miséria... cadê tua coragi, ô cabra macho?”, e talvez o problema seria resolvido, pois como todos nós sabemos, mãe é coisa sagrada.
E por falar em mãe... alguém aí sabe dizer onde nasceu a do Obama?



1- Política Climática e o EUA, em http://www.sosclimaterra.org/eua.html, acessado em 17 de junho de 2010, às 17h40.


Desenvolvido para as aulas de Jornalismo Ambiental
CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA DO SUL - IPA
Caroline Garcia Cruz, turma JON531
Professora Msc Lisete Ghiggi

terça-feira, 15 de junho de 2010

Aquecimento Global e o Tratado de Quioto

(Resumo do capítulo do livro “Mundo Sustentável”, de André Trigueiro¹)

Questões globais: crise ou oportunidade?
Desobedecendo Bush
Henry Thoreau, filósofo norte-americano do século 19 escreveu, há 154 anos atrás (contando que Trigueiro afirma isso em 2002) o texto “Desobediência Civil”, traduzido para o português pelo pesquisador José Augusto Drummond. O discurso inflamado de Thoreau influenciou nomes como Gandhi e Tolstoi a questionar a organização da sociedade dos seus dias. O curioso é que o mesmo texto apresenta-se atemporal, uma vez que o governo Bush ausentou-se da Conferência de Joanesburgo e boicotou o Protocolo de Quioto (Que estabelece metas e prazos para países industrializados diminuírem a emissão de gases poluentes.), expondo-se assim à mesma fúria do século retrasado, manifestada não apenas através de textos e protestos, mas também através da desobediência do mercado econômico: além dos países que negavam-se a comprar combustível nos postos de bandeira norte americana, correntistas norte-americanos que vivem no mundo árabe começaram a retirar suas aplicações e migrar aproximado 200 milhões de dólares para outros destinos.

Os Estados Unidos e o olho do furacão
André Trigueiro observa o furacão Francis (Flórida, 2004) e relaciona as causas do cataclismo com os danos que o ser humano vem causando ao meio ambiente. Demonstra os prejuízos que um cataclismo pode causar através das seguintes informações:
  • 2,5 milhões de pessoas deixaram suas casas 
  • Estas pessoas tem no mínimo a tranquilidade de de saber que se sua propriedade estiver segurada, e o pior acontecer, elas receberão os valores das apólices de seguro. 
  • Com a alta demanda, seguros tornam-se um negócio de auto risco, e as companhias, conscientes (pois a maior parte dos seguros vendidos é direcionado a desastres deste tipo) de que a emissão de gases poluentes aumenta a frequência e o poder de destruição dos cataclismos, ficam em cima do governo Bush para que ele não ignore o Protocolo de Quioto, colaborando assim para a diminuição das mudanças no clima.
Tania Morales, que conversava com Trigueiro no momento da afirmação, comenta também sobre o drama dos turistas, que compram viagens que não podem realizar por conta dos desastres ambientais e demoram para receber seu investimento de volta.
Trigueiro finaliza esclarecendo sobre o efeito dominó, pois por trás das companhias de seguro, existem as de resseguro, e nos Estados Unidos até patrocinam documentários sobre os efeitos dos desastres... manchando ainda mais a imagem de quem fez vistas grossas ao Protocolo.

Quioto: o primeiro passo
Depois da Conferência RIO-92 (Rio de Janeiro,1992), onde 175 países assinaram a Convenção sobre Mudança no Clima; em 16 de fevereiro de 2005, após sete anos de negociação, o Protocolo de Quioto virou Tratado Internacional. Segundo o Tratado, entre 2008 e 2012, os 141 (32 deles pertencentes ao grupo industrializado do chamado “Anexo I”) países que ratificaram o documento devem reduzir a emissão de gases poluentes em 5%, com base nos dados do ano de 1990. Isto, totalizaria como meta de redução de 60% da emissão mundial (da qual 25% é responsabilidade dos Estados Unidos.).
Com a negativa dos Estados Unidos em permanecer entre os envolvidos naquele ano, o primeiro ministro britânico Tony Blair tenta atrair os norte americanos para o chamado “segundo período de compromisso”.
Entre outras, há queixas dos Estados Unidos contra medidas que livram, de compromissos formais a Índia, a China e o Brasil, pois consideram uma ameaça o fato de poderem ultrapassar os níveis de emissão dos países desenvolvidos até 2015. A crítica é acompanhada por outros países ricos, que exigem o enquadramento destes três até 2012. O Brasil se defende afirmando que 90% dos gases acumulados na atmosfera desde a Revolução Industrial tem origem nos países desenvolvidos, portanto é injusto cobrar quem se desenvolveu depois.
Estas e outras discussões tornam as negociações mais difíceis, mas sair da inércia é o grande mérito do Tratado, provando que o primeiro passo, por ser o mais difícil, é também o mais importante.

Quioto nas empresas
Por iniciativa própria, 80 empresas (entre elas, Ford, Motorola, IBM e American Electric Power) comprometeram-se em diminuir sua tarifa de emissão de gás carbônico (CO2 ) através de um projeto chamado “Bolsa do Clima de Chicago”. A Bolsa que é virtual, consiste em comprar e vender emissões de carbono. Para negociar, toda empresa deve se comprometer em reduzir 1% de suas emissões por ano. Quem corta mais ganha créditos que são vendidos na Bolsa, quem corta menos, compra para compensar. Com a iniciativa, o grupo já reduziu 5% das emissões dos Estados Unidos. O modelo foi patenteado e vendido à União Europeia.

Sustentabilidade com sotaque alemão
Türgen Trinttin, sociólogo, dirigente do Partido Verde e ministro do Meio Ambiente, Segurança Nuclear, e Conservação da Natureza na Alemanha, em entrevista ao Programa Globo News Especial, relata a experiência do seu país em relação a diminuição de danos ao meio ambiente:

  • A Alemanha considera a partir da RIO-92 a possibilidade de conservar o mundo que é o único que temos, para as gerações futuras.
  • Desde 1980 vem implantando os sistemas de reciclagem. Atualmente, mais de 50% do lixo é reciclado.
  • Conscientes das consequências que os 5ºC a mais na temperatura podem causar para o planeta, acreditam na meta realista de 2ºC (ninguém consegue mais segurar o aumento de temperatura, dizer que ele pode parar, é irreal – até mesmo por que o planeta se auto aquece naturalmente.)
  • Da meta de 21% de diminuição de emissão de gases causadores do efeito estufa que o país estabeleceu, 19% já foram cumpridos.
  • Acreditam e provaram que as energias renováveis saem barato. Por isso apostam em uso de elementos disponíveis a todos, como o vento, o sol e certas formas de biomassa.
  • Existe uma Lei de Energia Limpa na Alemanha, que garante que quem produz energia eólica, com biomassa, ou células fotovoltaicas tem uma estabilidade de 15 anos de preço fixo nos impostos, além de vender energia ao governo (acreditam que para que as energias novas possam competir com as velhas, devem subsidiar as novas e diminuir o subsídio das velhas.).
  • Até 2020 pretendem estar com as 19 usinas nucleares fechadas. Além do desperdício (apenas um terço da energia gerada pode ser aproveitada depois), gera o perigoso lixo nuclear.
  • A Alemanha abriu suas portas para quem quisesse produzir ou consumir produtos geneticamente modificados (transgênicos), porém, há exigências rígidas quanto à identificação nas embalagens.

Além de aconselhar os países mais pobres (afirmando que gastam 8% de sua reserva em moeda estrangeira em energia não renovável) Trinttin lembra que o Brasil tem muito potencial para a energia hidrelétrica, eólica e células fotovoltaicas. Isso resolveria, inclusive o problema do êxodo rural, pois geraria energia até para as zonas mais remotas, fazendo com que as pessoas não migrassem em busca de moradias com eletricidade, e nem de emprego: O setor de energia renovável na Alemanha emprega hoje 110 mil pessoas, e continua crescendo sempre. No Brasil não seria diferente, já que no nordeste já há interesse em parques eólicos. As fábricas de turbina devem investir, com certeza, o lucro virá.
Sobre as decisões do Brasil a respeito dos alimentos transgênicos, Trinttin acredita que o plantio não será muito bom para a economia agrícola, já que o que é plantado deve ser vendido, e o consumidor não é muito favorável. A Alemanha, a partir do momento em que colaborou com a constituição do Projeto Piloto para Proteção das Florestas Tropicais no Brasil (PPG7), virou grande parceria das políticas ambientais em terras brasileiras. A meta é cessar a perda de floresta nativa, e para alcança-la, várias medidas devem ser tomadas, inclusive programas para o combate à pobreza dos moradores das regiões protegidas. Isso fará com que eles não dependam mais de ações erradas para melhorar a renda. É necessário unir desenvolvimento econômico e política ambiental para dar certo.



1- TRIGUEIRO, André. Mundo Sustentável - "Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em transformação" (Editora Globo, 2005), p229-251


Caroline Garcia

Turma JON 531
Professora Msc Lisete Ghiggi
Centro Universitário Metodista do sul IPA, Porto Alegre, 08 de junho de 2010.

Lágrimas Tecnológicas


Era uma vez um imperador que chorou na frente de um rouxinol e conquistou assim sua amizade. Só que o imperador prendeu o rouxinol em uma gaiola de ouro, pois queria ter seu canto só para ele. O rouxinol adoeceu e o imperador soltou-o. Para consolar-se, encomendou dos ferreiro reais um rouxinol mecânico. Porém, o robozinho não cantava canções de improviso,e muito menos dava conselhos. Um dia, ele quebrou. E esta foi a vez de o imperador ficar doente, por causa do silêncio. O rouxinol voltou; numa noite em que o espírito da morte molestava o amigo. O rouxinol cantou uma música que lembrava os jardins de flores brancas regadas com as lágrimas dos esquecidos, expulsando assim a morte. Se fosse o rouxinol mecânico, nunca improvisaria uma canção, a não ser que fosse programado para isso. Já por sua vez, se o imperador soubesse que deveria utilizar o rouxinol mecânico com moderação, já que toda tecnologia artificial tem um tempo de vida útil, nunca teria adoecido.
Uma dúvida cada vez mais presente em nossa sociedade, é se um dia as tecnologias criadas pelo homem irão substitui-lo. Difícil acreditar. O paleontólogo Richard Leakey, em seu livro “A origem da espécie humana” dedica-se a explicar o conceito de humanidade: “Duas linhas de indícios existem há muito tempo: uma que diz respeito às mudanças na tecnologia e outras manifestações do cérebro e mãos humanas”¹ cita características físicas como bipedismo, motricidade fina, linguagem falada e sentimentos como compaixão. Indo mais além, o homem é um animal que se auto-percebe, e é dotado de uma consciência extrema do que faz ou deixa de fazer no ambiente onde vive. A partir deste conceito, já sai em vantagem em relação a tecnologia que criou.

“...cada um de nós percebe a vida por meio da consciência ou da auto percepção. Ela é uma força tão poderosa em nossas vidas que é difícil imaginar a existência na ausência da sensação subjetiva que chamamos de consciência reflexiva. Tão poderosa subjetivamente, e ainda assim objetivamente indefinível. A consciência apresenta-se aos cientistas como um dilema, que alguns acreditam insolúvel. O sentido da auto percepção que cada um de nós vivencia é tão brilhante que ilumina tudo que fazemos e pensamos; e ainda assim, não há maneira pela qual, objetivamente, eu possa saber que você experimenta a mesma sensação que eu, e vice-versa.” ²

Sendo o homem o único animal que muda o meio onde habita por vontade própria, é através de seus anseios e desejos que uma máquina criada por ele é programada. Pois então, estamos sujeitos a personalidade e consciência humana a todo momento. Se for assim, sabendo que além destas características, o ser humano é o único capaz de matar por prazer, ou criar estratégias para realizar batalhas em guerras, ao contrário de usar o próprio corpo como os outros animais, causando assim a impossibilidade de conviver em paz com a própria espécie. E se não consegue viver em paz com os seus, nunca viveria em paz com robôs, ou máquinas. Ao mesmo tempo em que um robô pode ser programado para salvar vidas, pode ser programado para acabar com elas. E se for programado para resolver uma situação “x” ou “y”, nunca conseguirá resolver uma situação “w”, pois não percebe a si próprio, não tem consciência ou sentimentos, e se tiver, vai ser apenas o que o que o ser humano programar, ou seja, limitada. E se a ganância na maioria das vezes dita as regras, as pesquisas relacionadas à células tronco, por exemplo, serão utilizadas por longo tempo apenas por quem tem dinheiro, e não apenas necessidade, como foi com os transplantes de órgãos há décadas atrás.

Embora existam todos estes poréns, além de ser considerado monstruoso em certos momentos, o mecanismo humano sofre acessos de perfeição que causam admiração e espanto ao mesmo tempo. E além disso, um ser humano não pode viver sem o outro. Existem funções que por conta da sua peculiaridade, só podem ser realizadas por seres humanos (se fosse ao contrário, não existiriam mais cobradores de ônibus, já que o cartão cobra a passagem com o valor exato). Ao mesmo tempo que alguns indivíduos podem estar mirabolando tecnologias negativas, outros podem estar utilizando as próprias mãos para acalentar ao próximo em um momento inusitado. O fascínio está tão presente em nossas peculiaridades e diferenças, que a tão buscada perfeição através da tecnologia chega ao ponto em que perde a graça, e um abraço bem apertado passa a nunca poder ser substituido por um “scrap”. (Um adendo: se alguém conhece algum casal que se relacione pela internet e não tenha vontade de se tocar pessoalmente, me avise, que prometo rever meus conceitos.) Muito menos uma lágrima (imperial ou não) será substituída por uma gota de óleo.

1- LEAKEY, Richard E. A Origem da Espécie Humana. Rio de Janeiro, Rocco, 1997. p85.
2- IDEM, Idem, p134

Caroline Garcia
Turma JON 531
Professora Msc Michele Limeira
Centro Universitário Metodista do sul IPA, Porto Alegre, 14 de junho de 2010.