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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Contos de Fada = verdade

Essa vem lá da minha intimidade profissional.

Tenho uma grande frustração na minha carreira como atriz de teatro. Gosto de vilãs. Um gosto especial, mesmo. Até hoje, meu papel favorito foi o da Rainha de copas em Alice no País das Maravilhas. Antes era interpretada pela minha fantástica amiga e eterna colega Gabriela Schaurich (Da minha Rainha tenho foto apenas no meu celular, que está sem cabo, no site da Gabi tem ela como Rainha, depois como Alice, enfim... o interessante é que comecei como Coelho Branco, passei até como Chapeleiro Maluco. A gente se reveza muito neste meio. Se olharem todas as fotos, mais abaixo, nas fotos do musical "O Menino do Dedo Verde", verão uma mulher de estola cor de rosa. Sou eu. Do lado a Gabi, de arauto - um arauto fodástico, diga-se de passagem; pois virava vários personagens em cena. Alí eu era a Srª Mamãe - quem leu o livro de Maurice Druon vai saber que sou diferente dela fisicamente, mas era uma adaptação livre e virou cômica, como todos os espetáculos infantis em que colocam a Gabi e eu juntas.).

Representar uma vilã não é tarefa fácil. Alí tu coloca para fora tudo aquilo que tua mãe te ensinou que era feio. Tu pode ser incorreto sem medo. Pode ser ridículo e se dar mal sem temer. Depois se sente uma pessoa bem melhor, pois em ti ficou apenas o que era bom... não é algo incrível? Sinto muita falta do palco, e principalmente das vilãs que eu fazia.

Minha maior frustação é a Madrasta da Branca de Neve. Até meu perfil no facebook tem uma ilustração dela. Sempre quis ser a Rainha. Fiz vários testes na época de teatro estudantil. Mas uma barreira me separava dela: meu rosto. Sim, meu rosto branco e redondinho, a boca vermelha em formato de coração e o cabelo chanel tão escuro que uma vez perguntaram se minha mãe pintava. Não dava outra: "Branca de Neve nela!", diziam as professoras. E daí lá ia eu fazer a cara de paisagem da personagem que acho mais inssossa no mundo (Por coincidência, a Gabi está interpretando ela na direção do Zé Rodrigues, atualmente, sem muita inssossidade* - vale conferir, meus filhos adoraram ver a tia Gabi imitando o ó,ó,ó,óóóóóó...kkkk!).

Cresci e trabalhei por alguns anos profissionalmente. Certa vez bati boca com um diretor que queria que eu fizesse contação de histórias vestida de Branca de Neve. "Mas por que não pode ser a Rainha contando a História e como se deu mal?... Vai ser até pedagógico!" Já estava até fazendo beicinho para convencê-lo. "Tá doida, guria? Tu é a cara da Branca de Neve! Agora vai lá, coloca o vestido, pega uma maçã, deita e acorda quando o monitor te der um beijo." E eu fui, bufando.

Nem minha sobra de peso fez com que me livrasse da Branca de Neve. Isso é um absurdo; mas é real.

Daí contei toda esta história, e ninguém tá entendendo nada, estão achando que estou em um momento choradeira. Pois então.  Para me formar em Magistério estudei fundamentos da Literatura Infantil. E além de adorar interpretar vilãs (Aqui falei da que fiz em espetáculos infantis - entre outras que não citei - , mas fiz umas em espetáculos adultos que me ralavam toda, mas adoooourava!), adoro os Contos de Fada e seus fundamentos. Na verdade são contos bem pesados, que graças ao gênio Walt Disney viraram referência na ludicidade infantil (pronto, agora baixou a professorinha - preparem-se!).

As estórias que Andersen e os Grimm contam são bem diferentes. E estou achando extermamente interessante que o cinema está resgatando certos elementos a respeito.

Vou postar o pouco que sei aqui, nos próximos dias.

*Essa palavra existe? Se não existe, inventei agora.

Olha que bonitinha, era assim que eu ficava! Até o narizinho é parecido... (Tirei de outro blog.)

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